Jovens fãs do gênero musical sul-coreano encontram nas
redes sociais um espaço para compartilhar sobre o estilo e seus ídolos
Por Barbara Ferreira
Por Barbara Ferreira
A “Onda
Coreana”, a Hallyu, surgiu na década de 90 e caracteriza as
manifestações culturais próprias da Coréia do Sul, com sons dançantes e com muita diversidade musical que vai desde baladinhas lentas, ao R&B, hip-hop, rock e até mesmo o pop “chiclete”. O K-pop
(pop coreano) choca visualmente seja nas coreografias ou no visual, e chama
atenção de adolescentes e jovens mesmo com a barreira do idioma.
A cultura pop
coreana foi tomando força pelo mundo com a ajuda da internet, e hoje é
extremamente popular no mundo inteiro. Também ganhou popularidade no Brasil, principalmente nos
últimos anos, e apesar de ser mais disseminada no Sul e Sudeste, o Nordeste
também tem um grande número de fãs do gênero. Em Alagoas o encontrar o estilo também
está em ascensão.
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Membros do K-pop Alagoas durante "enkontro" |
O principal grupo do estado é o
“K-Pop Alagoas” e tem mais de 600 membros. Foi criado depois que alguns amigos com
um mesmo interesse – curtir as músicas coreanas – resolveram ter um espaço para
trocar informações sobre o gênero.
Não é só o campo da música coreana que desperta a curiosidade
e a paixão nas pessoas, mas também a dança, a culinária, o cinema e a TV, por
exemplo. As coreografias muito sincronizadas chamam a atenção e fazem com que
fãs formem grupos covers para aprender os passos e se apresentarem também.
Benyelton Miguel dos Santos, conhecido como Beny, tem 25 anos
e é professor de Inglês formado pela Ufal. Ele também é o líder do grupo cover
de K-pop SocketWave. Beny conta que desde 2004 entrou em contato com a
cultura asiática, através de quadrinhos e animações japonesas. “Meus hobbies
foram severamente moldados por essa influência e também me levou a conhecer
vários amigos e pessoas que fazem parte da minha vida”, conta.
O SocketWave foi criado em 2014 com cinco rapazes para
representar o estado de Alagoas no Campeonato Nordestino de K-Pop Cover,
no evento de cultura pop Super Convenção, em Recife. Depois de descobrirem que Alagoas era o único estado sem representantes no evento, Santos decidiu formar o
grupo cover. “Para mudar esse quadro, quis juntar alguns dos melhores k-dancers
[dançarinos de k-pop] locais para competirmos na Super Convenção Alagoas, onde
há também uma competição local que oferece vaga no campeonato nordestino”,
explica.
O grupo, que hoje tem 20 membros, equilibrados entre meninos
e meninas, foi o primeiro a representar o estadona competição de 2015. Eles
ensaiam semanalmente aos sábados, em uma academia. Depois da participação deles
em Recife, houve um “boom” de criação de outros grupos cover.
Atualmente na cidade, há mais de dez grupos sem agenda
regular e outros que estão se formando. Geralmente, os grupos se apresentam em eventos
de cultura pop locais, o SuperConquest e a Super Convenção Alagoas.
Ambos os eventos tem concursos de k-pop e os grupos preparam apresentações especialmente para as convenções.
Para Beny, entrar no cenário competitivo com o K-pop
foi muito relevante em relação à dança, algo que gostava há muito tempo.“Há pessoas
em meu grupo que nunca haviam dançado antes, mas após a experiência com os
ensaios estão mostrando um significativo desenvolvimento em técnica e
condicionamento físico. Basta apenas gostar da música e das coreografias para
se criar um grupo cover”, conta. E, segundo ele, qualquer pessoa pode, sim,
dançar as músicas coreanas.
Monique Delfino Vieira é membro do
grupo e contou que se interessou pela cultura pop coreana por influência do
namorado, e que o K-pop a fez conhecer mais pessoas. Entrar para a SocketWave a ajudou a sair do sedentarismo e superar
problemas de saúde.
“Na verdade, eu fui sendo levada aos poucos para esse mundo. Meu namorado é k-popper e já dançava. Ele vivia me mostrando as músicas e me chamando para ir aos eventos. Eu comecei a me interessar e me convidou para dançar com ele, daí em diante eu não parei mais. Com o K-pop, eu posso dançar e manter contato com as pessoas que tem a mesma paixão que eu”, completa.
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SocketWave durante ensaios |
“Na verdade, eu fui sendo levada aos poucos para esse mundo. Meu namorado é k-popper e já dançava. Ele vivia me mostrando as músicas e me chamando para ir aos eventos. Eu comecei a me interessar e me convidou para dançar com ele, daí em diante eu não parei mais. Com o K-pop, eu posso dançar e manter contato com as pessoas que tem a mesma paixão que eu”, completa.
Mas nem todo mundo que curte o
estilo precisa saber dançar. O que não impediu que um “mini flashmob”
acontecesse em 2012, em pleno Centro de Maceió. Um pequeno grupo se juntou por
brincadeira para fazer o flashmob da
música Like This, do grupo sul-coreano Wonder Girls.
Para muitos admiradores do gênero, o K-pop
mudou sua visão sobre cultura asiática. Os fãs são muito assíduos e interagem bastante. A integração cultural aumenta quando além do interesse pelas música, muitos passam a procurar mais informações dos artistas, do país e aspectos históricos.
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